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Foto do escritorAgnes Nobre

"La Casa de Papel: Coreia": remake buscou uma nova visão da série espanhola

Atualizado: 30 de jun. de 2022

Novas histórias para personagens já conhecidos, e uma adaptação cultural promissora são o grande diferencial que poderiam ter sido bem explorados


(Divulgação / Netflix)

Os remakes sempre estiveram presentes na cultura pop, e eles precisam ir além de seu original para se sobressair e serem bem aceitos, mas nem sempre isso é uma tarefa fácil. Porém, as produções sul-coreanas costumam entregar qualidade em todo e qualquer tipo de enredo, sejam eles com plot de vingança, histórias jurídicas ou baseados em fatos reais. O remake de La Casa de Papel gerou curiosidade se conseguiria fazer essa história tão original ter uma nova perspectiva interessante, mesmo com a saturação da série espanhola, após 5 temporadas.





Uma série já saturada, porém com público fiel, pode significar uma certa pressão acerca de qualquer projeto que a envolve, nem todo desenvolvimento é interessante para os fãs. Money Heist Korea prometeu em seus primeiros segundos algo que pode fazer o coração de um dorameiro palpitar, a inserção de um contexto em que as duas Coreias se unificam, assunto que pode ser sensível para os coreanos, mas também garante emoções dos mais diversos tipos.


A premissa de La Casa de Papel Coreia manteve a essência da original, quadrilha de ladrões muito bem preparados, invade a Casa da Moeda Unificada da Coreia, faz grupo de reféns para gerar negociação com a polícia, e assim, ganhar tempo para imprimir a quantia desejada de dinheiro. A adaptação insere um contexto cultural mais próximo do público coreano, e isso é uma ideia brilhante, mesmo que ofereça uma realidade fictícia em que a Coreia do Norte e a do Sul são uma só.


A ideia veio com um quê de crítica social, visto que a união dos dois países só gerou benefícios socioeconômicos para os mais ricos. Essa mudança política que juntou os países, foi para alguns dos ladrões o principal motivo de participarem desse plano tão grandioso, já que tiveram suas vidas afetadas. O que também pode ser visto de diferente e bastante notável, é a mudança das máscaras para uma tradicional coreana, cheia de significado e ressalta mais um pouco dessa crítica social abordada.





Originalidade superficial


(Reprodução / Netflix)

O dorama não segue o roteiro da série à risca, apresenta muitas semelhanças e diferenças, a quadrilha também é composta por Berlim (Park Haesoo do Squid Game), Tóquio (Jeon Jongseon), Rio (Lee Hyunwoo), Denver (Kim Jihoon), Nairóbi (Jang Yoonju), Helsinque (Lee Kyuho), Oslo (Lee Gyooho), Moscou (Lee Wonjong) e o cérebro que os guia, o Professor (Yoo Jitae). Além deles, os personagens secundários também são os mesmos, porém todos vem com sua individualidade e personalidade diferente dos originais. A interpretação de cada ator e função de cada personagem foi bem atribuída, e certamente é o que mais interessa no remake da série, todos cativam com sua essência.


Por outro lado, o que há de mais decepcionante em Money Heist Korea é ter desperdiçado o que tinha de maior potencial na história, a unificação das Coreias e o impacto dessa união durante as investigações e até mesmo em outros pontos, explicar como afetou na economia e na sociedade de uma forma geral. Tudo isso foi explicado de forma bem sucinta, e é um ponto que merecia ser explorado, já que afeta o contexto da série em vários aspectos, tanto dentro da Casa da Moeda quanto do lado de fora dela, entre ladrões e policiais negociadores. Se usado de forma certa, o plot seria a cartada ideal para dar uma nova vida a esse produto que já está extremamente saturado.



Com isso, o dorama tinha uma fórmula ousada que não foi bem aproveitada e se tornou irrelevante dentro da história. A produção merecia ter sua própria originalidade mais explorada, seus traços independentes foram ressaltados de forma bem superficial. Poderia cativar sem depender apenas dos personagens, além deles um enredo mais bem trabalhado. O ritmo, a relação entre os personagens, suas motivações e passado são aspectos que requerem ser explorados para trazer um novo universo para esse fenômeno.




Nota: Lembrando que o papel da nossa crítica, independente de positiva ou negativa, é apontar elementos para você construir a sua opinião sobre aquela obra; seja uma música de K-pop ou dorama. Está tudo bem concordar ou discordar de tudo o que a gente disse aqui, mas não esquece de dizer o que você achou desse lançamento nos comentários, no Twitter ou no Instagram do Café!


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