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Snowdrop: Dorama estrelado por Jisoo do BLACKPINK é baseado em fatos reais?

Atualizado: 31 de mai. de 2022

Vítima de boicotes do público sul-coreano, o k-drama terá exibição exclusiva no streaming

(Reprodução)

Snowdrop, novo dorama estrelado por Jisoo (BLACKPINK) e Jung Haein, chega ao catálogo da Star+ em 18 de dezembro. Consolidado como um dos k-dramas mais esperados do ano, o enredo tem ambientação histórica na Coreia do Sul da década de 80 e, antes mesmo de lançar, sofreu boicote pelo público local devido à primeira sinopse divulgada.


O dorama se passa no ano de 1987, período em que o movimento pró-democracia na Coreia do Sul lutava para se livrar do domínio do regime ditatorial vigente. No centro da história está Im Suho e Eun Youngro, dois jovens universitários que vivem vidas distintas em lugares diferentes. Suas rotinas acabam se conectando inesperadamente quando Suho — que atua secretamente como espião norte-coreano — chega todo ensanguentado ao dormitório da faculdade da jovem, e ela decide ajudá-lo a se esconder, sem saber exatamente de quem (ou do que) ele está fugindo. Inevitavelmente, a tensão entre eles se transforma em uma paixão fadada à ruína.



A trama tem sido bastante comentada pela própria Jisoo, que desempenha seu primeiro papel como protagonista, assim como também se tornou assunto entre o público, que acusou o enredo de imprecisão histórica. De acordo com pessoas que protestaram contra o lançamento de Snowdrop, o dorama romantizaria a Coreia do Norte ao colocar um personagem supostamente norte-coreano em holofotes — críticas semelhantes às direcionadas à produção de Pousando no Amor. Além disso, a grande polêmica que surgiu colocou em dúvidas a veracidade do enredo.


E, afinal, Snowdrop é baseado em fatos reais?

(Reprodução/JTBC)

Se você também se questiona sobre isso, a resposta deve ser olhada por dois ângulos: a primeira sinopse e o pronunciamento da emissora JTBC, que participa da produção do dorama. De acordo com a sinopse inicial do estúdio, Snowdrop é baseado nas memórias da vida real de um homem que escapou de um campo de prisioneiros políticos norte-coreanos.


Em 1987, em meio a explosões de gás lacrimogêneo, o homem, assim como o personagem Im Suho, foge para um dormitório feminino da faculdade enquanto está ferido e é ajudado por uma estudante. Mais tarde foi descoberto que o rapaz era, na verdade, um espião armado, e é forçado a escolher entre sua missão e a mulher que o salvou e desenvolveu forte vínculo amoroso. Então, sim: a base de Snowdrop é verdadeira, mas a história foi modificada para evitar maiores conflitos com o público.



E, embora não confirmado, o pano de fundo de Snowdrop sugere os acontecimentos da “Luta Democrática de Junho”, também ocorridas em 1987 na Coreia do Sul, quando o governo vigente instituiu reformas democráticas devido a protestos em massa. Isso acabou gerando a mudança de uma ditadura militar para o atual governo do lado sul do país. No movimento, muitos estudantes universitários estiveram envolvidos, incluindo os da Universidade Yonsei e a Universidade Nacional de Seul, uma das maiores elites da educação superior na Coreia.



JTBC mudou nome da personagem da Jisoo

(Reprodução/JTBC)

Apesar de ambas as histórias coincidirem, a JTBC já havia emitido uma declaração de que não havia fatos reais no suposto roteiro, também vazado, e que o mesmo foi tirado do contexto. Em pronunciamento a favor da continuidade de Snowdrop, a emissora afirmou que o enredo não é ambientado no Movimento Democrático e que ambos os protagonistas não participam e nem lideram a organização política. De acordo com o anúncio, a história retrata um homem reprimido e acusado injustamente de ser espião durante o regime militar dos anos 80 — ao contrário do rapaz na vida real, que de fato era espião.


“Dúvidas surgiram sobre essas informações fragmentadas enquanto conteúdos falsos circulavam como se fossem verdadeiros. Claro, essa responsabilidade recai sobre a equipe de produção que não guardou estritamente esses materiais que ainda não foram refinados, em sigilo”, afirmou a emissora.



Ainda segundo a JTBC, a história tem a eleição presidencial como pano de fundo, em que os protagonistas não representam seus governos ou organizações afiliadas. Além disso, terá menção à Agência de Segurança Nacional no período ditatorial, mas será mostrado em uma visão crítica. Para evitar mais problemas na interpretação do público sobre o enredo, a emissora também mudou o nome da personagem de Jisoo.


Originalmente chamada Chun Youngdo, a forte protagonista feminina interpretada pela cantora de K-pop teve a mudança de nome para o atual Eun Youngro, para que não fosse associada à reverenciada ativista pela democracia sul-coreana, Chun Youngcho.


Sim, Chun Youngcho também é uma pessoa real

(Reprodução)

O contexto histórico de Snowdrop e a mudança no nome de personagem de Jisoo levantou ainda mais suspeitas sobre a veracidade no enredo de Snowdrop. Representante das estudantes femininas que contribuíram para o Movimento Democrático em 1987, Chun Youngcho foi uma manifestante ferrenha e sobreviveu a interrogatórios e torturas executadas pela Agência Nacional de Polícia de Namyeong-Dong, conhecida por abrigar a câmera de tortura mais oculta da época.


Além dela, seu marido Jung Moonhwa, também foi capturado e acusado de ser um espião e conspirador do governo durante o movimento pró-democracia. Após a prisão, o homem morreu devido à desnutrição. Com a morte de seu parceiro, Youngcho — que está viva até os dias atuais — se mudou para o Canadá com o filho do casal, onde acabou se acidentando gravemente e perdeu 70% de sua capacidade cerebral.



Devido à participação no movimento, seu legado foi reverenciado no premiado livro “Young Cho Unnie”, escrito por Seo Myungsook. O romance é dedicado à sua luta, na época em que atuou como estudante protestante durante os anos 1980 enquanto estudava na Goryeo University.



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