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"Um novo mercado nas TVs abertas": Como os K-dramas chegam até a sua televisão no Brasil?

Diretor de conteúdo da PlayTV, Leonardo Zalcman, explicou os processos de licença de exibição e como funcionam as dublagens para português


Song Hyekyo e Song Joongki em "Descendentes do Sol", exibido na Rede TV, e "Eu Não Sou Um Robô", exibido na PlayTV
(Divulgação/KBS2/MBC)

Que K-pop é um sucesso global, não temos dúvidas. No entanto, os K-dramas alcançaram um patamar diferenciado por captar públicos que não necessariamente vieram da febre da música pop sul-coreana. Não é difícil encontrar dramas em telinhas de celular na lotação do transporte público ou no Top 10 de mais assistidos nos grandes serviços de streaming. Agora, o próximo movimento da indústria é inseri-los nos canais de televisão aqui no Brasil.



Recentemente, a Rede TV anunciou que vai começar a exibir o drama “Descendentes do Sol”, protagonizado por Song Hyekyo e Song Joongki, a partir do dia 4 de setembro, enquanto a PlayTV está exibindo — mais uma vez — “Não Sou um Robô”, produção original da MBC. E, afinal, como estes sucessos coreanos chegaram até a nossa televisão? No caso desta última, Leonardo Zalcman, diretor de conteúdo e canais digitais da emissora, conversou com o Café Com Kimchi e falou sobre seus planos em expandir o acesso a K-dramas no Brasil.


“A gente quer democratizar muito esse acesso ao conteúdo aqui na PlayTV, quero que desde o cara do interior do Piauí até o cara de uma grande capital possa conhecer esse tipo de conteúdo. Queremos ser uma ferramenta para ampliar os horizontes de todo mundo."



Como funciona a negociação para exibir K-dramas na televisão?


Eu Não Sou um Robô, K-drama na PlayTV
(Divulgação/MBC)

Com tantos dramas de sucesso na história da televisão sul-coreana, é necessário traçar uma estratégia para escolher um certeiro, que vá agradar o público, trazer os números esperados e, assim, abrir portas para que outros sejam exibidos também. Para a PlayTV, a produção responsável por dar início ao projeto foi “Não Sou Um Robô” e, segundo Zalcman, a resposta dos espectadores tem sido positiva.



Para conseguir exibir o drama na grade da PlayTV, a emissora contou com a ajuda de Anderson Abraços, ex-diretor de programação da Loading, canal que atualmente não existe mais. Além do networking promovido pelo empresário, foi necessário ir atrás de empresas que já tinham direitos de transmissão em território nacional. "Nossa negociação geralmente acontece via alguém que tenha essas licenças no Brasil."


Ele [Anderson] falou muito desse K-drama. A gente assistiu a alguns episódios, vimos que tinha a ver com o nosso público. É um K-drama que foi muito bem-visto, muito bem avaliado, que o público já gosta muito e tem atores que participaram de outros dramas que também tiveram sucesso. Achamos a trama muito interessante, muito bem amarrada, bem produzida. Se provou uma aposta de sucesso.

Yoo Na Kim, apresentadora do programa “TV Clube Coreia” no canal, se mostrou otimista com a nova grade de conteúdos da PlayTV, que foi pioneira ao abraçar o público de K-pop no Brasil e, agora, está mirando também nos K-dramas. “A Netflix estourou com as novelas coreanas na pandemia. Acho que agora é um novo caminho, um novo mercado nas TVs abertas. Espero que a novela coreana tenha cada vez mais espaço”.


Como são feitas as dublagens para português?


Quando o assunto é dublagem, existem algumas discussões nas comunidades de fãs de K-drama no Brasil. O público mais antigo, que estava aqui quando tudo era mato e assistia aos dramas por meios não-oficiais, como fansubs, defende o uso das legendas porque se acostumaram em assistir dessa forma em uma época em que as produções eram de difícil acesso na internet.


Já os novos adeptos, que em parte abrange mulheres e homens mais velhos, são a favor da dublagem, já que é assim que sempre assistiram a novelas brasileiras ou mexicanas, além de filmes e séries de outros países. "Entre o produto dublado e legendado, a aderência acaba sendo muito maior no dublado, principalmente com um idioma tão diferente do português”, afirma Leonardo Zalcman.



Apesar de a dublagem fornecer mais acessibilidade para pessoas que não sabem ler e, potencialmente, ser uma forma de agregar públicos que não estão acostumados com outro idioma, não é tão fácil exibir K-dramas dublados. "Até agora, tem poucas novelas com dublagem em português, então, tem poucas opções, porque é muito investimento para dublar”, conta Yoo Na Kim, que é fluente em coreano e português.


“No português, é uma coisa recente. Uma pessoa começou a dublar e três dublagens de novela foram [feitas com] subsídio do governo coreano, foi dublado lá da Coreia. Quando a gente trouxe a novela, já estava dublada. Não é padrão que empresas como a KBS, SBS ou MBC coloquem uma [outra] empresa para dublar. Dependendo de quem compra, é ela que se vira para dublar”, concluiu.


Próximos projetos da PlayTV


Novas parcerias estão sendo fechadas para a exibição de K-dramas já dublados para o português na PlayTV, mas Zalcman ainda não revelou quais entrarão na grade após a transmissão de “Não Sou Um Robô”. Mas, segundo ele, a ideia é ter cautela sobre os próximos passos da emissora.


“Dinheiro é finito aqui, então estamos tomando todas as decisões muito pautadas para não ser uma coisa de curto prazo. Queremos ter esse legado de 20, 30 anos de TV. A gente quer se posicionar dessa forma para não correr o risco de acontecer o que aconteceu com a Loading, que tinha um projeto fantástico e acabou durando 7 meses."


Até o momento, “Não Sou Um Robô” está sendo exibido de segunda a sexta, às 19h. Os episódios são exibidos completos, dividido por comerciais, em três blocos. "Foi uma discussão que a gente teve antes de passar a novela, porque ficamos discutindo se valia a pena pegar essas novelas que têm uma hora e fazer em episódios de 30 minutos diariamente. Mas, ficava sem gancho [no corte]."


Onde assistir ao canal PlayTV?


Net e Claro: 122

Sky: 161

Oi TV: 143

Algar Telecom: 280

Nova parabólica: 574

Zapping: 113 (streaming)

Soul TV: Só digitar PlayTV na barra de busca (streaming)

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