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Foto do escritorLetícia Mota

Review | "Past Lives" mostra como podemos viver diversas vidas em uma só

Filme da A24 que concorre ao Oscar 2024 chega aos cinemas brasileiros; Confira a crítica abaixo





Duas pessoas olhando uma para a outra dentro do metrô
(Divulgação / A24)

Filmes coreanos e asiáticos tem se destacado cada vez mais em premiações internacionais. Past Lives ou Vidas Passadas, recentemente foi indicado indicado ao Oscar 2024 nas categorias Melhor Roteiro Original e Melhor Filme. Dirigido pela canadense-coreana Celine Song, sendo estrelado por Greta Lee, Teo Yoo e John Magaro. Produzido e distribuído pela A24, que também foi responsável por filmes como Minari - Em Busca da Felicidade (2020), Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (2022) e pela distribuição de Parasita (2019).


Past Lives estreia mundial no Festival de Cinema de Sundance em 21 de janeiro de 2023. Após duas exibições no circuito de festivais e antes estrear nos cinemas, já era aclamado positivamente pela crítica. A produção foi transmitida no Brasil anteriormente no Festival do Rio em Outubro de 2023 e na 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em agosto de 2023. Past Lives chegou nos cinemas de todo Brasil na última quinta-feira (25), distribuído pela California Filmes.


Past Lives conta a história de dois amigos de infância, Nora interpretada pela Greta Lee (Boneca Russa e The Morning Show) e Hae Sung interpretado pelo Teo Yoo (Love To Hate You e

Crônicas de Arthdal, que se separam ao Nora se mudar para o Canadá junto com sua família. Eles se reencontram 24 anos depois, agora adultos. Somos apresentados a delicadeza do relacionamento dos personagens, e das diversas palavras não ditas entre eles, além dos diversos "E Se" que a vida nos proporciona.


ATENÇÃO: O texto pode conter alguns spoilers da obra.





Encontros Infantis


Em Past Lives acompanhamos a vida de Na Young ou Nora, que teve que se mudar da Coreia do Sul aos 12 anos, pois seus pais, que são cineastas, queriam uma vida nova no Canadá. Ela era uma das melhores alunas da turma e sempre competia com seu amigo Hae Sung para ter as melhores notas, tendo nesta época sonhos grandes, que seriam mais facilmente alcançados fora da Coreia do Sul.



Mais 12 anos se passam, Nora atualmente está em Nova York estudando e decide procurar pelo Hae Sung nas redes sociais, descobrindo que ele já tinha procurado por ela antes, a partir disso eles retomam contato, passando muito tempo conversando e fazendo chamadas de vídeo, até que Nora percebe que estava se reconectando muito a coisas que ela deixou para trás, passando muito tempo focada no Hae Sung, planejando voltar para a Coreia do Sul.


Nora então começa a achar que estava deixando a vida dela em Nova York de lado, e por consequência seus sonhos, decidindo por eles cortarem contato por um tempo. Ela passa 1 mês em uma espécie de acampamento para artistas, onde ela conhece Arthur.





Reencontrando como adultos



Após mais 12 anos Nora e Arthur estão casados já a 7 anos. Hae Sung entra em contato com Nora de novo para falar que ele passaria alguns dias nos Estados Unidos, onde finalmente acontece o reencontro dos dois. Hae Sung diz que quando eles se conheceram eram crianças e quando eles retomaram contato 12 anos depois ainda eram crianças, sendo respondido por Nora que agora eles são adultos, dando a entender que as coisas agora são definitivamente diferentes. As cenas dos dois juntos são repletas de troca de olhares e silêncios, alguns desses desconfortáveis para quem assiste, que te fazem questionar se acontecerá algo entre eles, se existiu e se ainda existe algum sentimento romântico entre eles.


O longa apresenta uma variedade de "E se?", e se a família da Nora não tivesse saído da Coreia? E se ela tivesse ido visitar Hae Sung quando eles retomaram contato? E se o Hae Sung tivesse desisto do intercâmbio na China para visitar e talvez ficar com Nora em Nova York? E se ela não tivesse ido passar o mês naquele acampamento? Será que eles teriam iniciado um relacionamento? Será que teria durado? Como eles estariam atualmente?


Nora fala da palavra coreana In-Yun que significa providência ou destino, mas é usada especificamente sobre relacionamentos entre pessoas.

In-Yun acontece se dois estranhos passam um pelo outro na rua e caso suas roupas se toquem acidentalmente, é porque deve ter havido algo entre eles em suas vidas passadas. Se duas pessoas se casam, dizem que é porque existiram oito mil camadas de In-Yun, mais de oito mil vidas.

Sendo possível entender que Nora e Hae Sung podem estar destinados a ficarem juntos, mas em outra vida, nesta vida o destino dela pode ser seu marido Arthur.





O filme mostra como as pequenas decisões que tomamos todos os dias nos fazem ser quem somos e nos levam para o lugar que estamos atualmente, como vivemos várias vidas dentro da mesma vida. E é interessante pois estes questionamentos não ficam implícitos, os próprios personagens questionam, Arthur questiona que se fosse outro homem naquele dia e local específico, será se Nora teria se apaixonado por ele? Hae Sung trás também questionamentos de o que teria acontecido com eles caso ela tivesse continuado na Coreia, se eles teriam começado um relacionamento e até mesmo quem eles foram em vidas passadas.


Past Lives cativa por ser um filme com uma história relativamente simples e até de certa forma clichê, mas que surpreende e é muito sensível, além de ser praticamente impossível assistir ao longa e não refletir sobre os "E Se?" da sua própria vida.


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