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Foto do escritorNathalia Jesus

My Name: Han Sohee entrega realismo e desconforto na melhor atuação de sua carreira

Atualizado: 13 de nov. de 2021

Han Sohee e Ahn Bohyun lideram uma história de vingança, crimes, dores compartilhadas e traição no novo dorama de ação disponível no catálogo da Netflix

(Reprodução/Netflix)

"Você quer vingança a qualquer preço?" — esta é a pergunta feita à protagonista Yoon Jiwoo e, também, o questionamento mais importante que permeia o enredo de My Name, novo dorama disponível no catálogo da Netflix neste mês de outubro. A série coreana repleta de ação cativa o espectador e mantém a atenção em cada minuto de tela distribuído sem excessos e com um desfecho intenso.


Na trama do dorama, Han Sohee interpreta Yoon Jiwoo, uma jovem que presenciou a morte do pai, um integrante da máfia Dongcheon, e não pôde ver quem o assassinou. Movida pelo ódio, ela se une à gangue para se vingar da pessoa que causou sua perda mais dolorosa. Ao descobrir que a arma do crime era registrada na polícia, ela se infiltra na unidade de Narcóticos sob o novo nome de Oh Hyejin, para encontrar o assassino de seu pai.



Na série coreana, a dupla de protagonistas formada por Han Sohee e Ahn Bohyun é o ponto alto da atração, com interações ácidas e sentimentais que, somadas à semelhança de ambas as histórias de sofrimento e perda, gera muita química em tela. Em My Name, a atriz experimentou o ápice de sua atuação, facilmente perceptível por suas linguagens corporais que falam mais ou tanto quanto suas expressões faciais. Enquanto isso, o ator é um pouco mais reconhecível no papel de um homem correto, justo e frustrado, trazendo mais autenticidade a Jeon Pildo, seu personagem na trama.


Interpretação realista de uma protagonista feminina no cenário de ação

(Reprodução/Netflix)

Em sua performance, Han Sohee se afastou de todas as mocinhas e vilãs que já interpretou em doramas como 100 Days My Prince e Nevertheless, assumindo uma personalidade anti-heróica singular e pouco explorada com tanta profundidade na televisão sul-coreana nos últimos anos. No corpo da protagonista Yoon Jiwoo, a atriz entrega sua alma pela atuação, de modo em que consegue refletir seus sentimentos de cansaço, dor física e fraqueza para os espectadores.


No entanto, o mesmo não acontece com o ódio e autodepreciação da personagem, que se torna uma característica de extrema exclusividade da própria protagonista. Com sangue nos olhos, Han Sohee dá vida a uma protagonista imbatível, mas falha — sendo menos ilusória do que uma super-heroína e, ao invés disso, se machuca, erra golpes, perde oportunidades em meio à luta. Em sequências de luta com homens, Yoon Jiwoo imprime um retrato fiel da diferença de corpos, exibindo incapacidade de vencer na base da força, utilizando estratégias para alcançar os pontos de vulnerabilidade dos adversários e entregando uma exaustão notória e real quando vence uma batalha e mal consegue ficar em pé. E, sinceramente, este é um dos grandes destaques nas cenas de ação de My Name.



Com tempo perfeitamente cronometrado para não gerar cansaço e nem a sensação de insaciabilidade no espectador, My Name tem cenas de ação objetivas e necessárias, trazendo realismo aos confrontos entre polícia, máfia e gangues inimigas. A utilização de facas torna a dinâmica ainda mais interessante do que a resolução rápida que armas de fogo trariam de imediato. Assim, as sequências de luta se sustentam em artes marciais com coreografias bem realizadas e, consequentemente, exigem maior desempenho dos atores — que não deixaram a desejar em nenhum momento.


Antagonistas ditam o tom e roubam a cena

(Reprodução/Netflix)

Não é novidade que vilões e quaisquer personagens de caráter duvidoso entrem na lista de favoritos dos espectadores com certa facilidade. Em My Name, este fenômeno se repete com antagonistas extremamente desprezíveis e frios, que tentam passar um conceito de família desajustada — mas não hesitam em apunhalar os seus pelas costas. Nesse contexto, Choi Mujin, interpretado pelo ator Park Heesoon, brilha em sua performance como chefe da máfia Dongcheon.


Enigmático e inteligente, Choi Mujin sabe tudo sobre o negócio e compartilha suas forças e fraquezas sem medo de ser derrotado por estes mesmos elementos. O personagem é sentimental e frio simultaneamente e ganha o espectador pela interessante dinâmica entre as duas personalidades, além de receber ainda mais destaque graças aos constantes ataques da polícia e de seu rival Gangjae — que merece uma menção honrosa neste texto!



No papel do vingativo e cruel Gangjae, o ator Chang Ryul convence em sua atuação fervorosa que pode ser vista desde suas expressões corporais intensas e trópegas pelo uso contínuo de drogas, até os olhos ensanguentados e raivosos que intimidam e provocam ansiedade de que um assassinato graficamente violento está prestes a acontecer pelas mãos dele. Dessa forma, o personagem entrega tanto potencial que, consequentemente, impõe mais relevância aos seus inimigos, pois precisam se dedicar ainda mais para se desvencilhar de tal ameaça iminente.


Unindo todos os elementos que o gênero de ação necessita para ser bem executado, My Name cumpre seu objetivo tão incisivamente que dói em cada minuto do desfecho. O dorama impressiona pelas coreografias coordenadas com maestria, entregas emocionantes na atuação, virada de roteiro e uma fotografia que leva o espectador para o enredo de modo em que só é possível sair após assistir aos cativantes oito episódios até o fim. A conclusão da série coreana é impiedosa, mas fiel à proposta, causando o desconforto que só uma trama provocativa e sentimental é capaz de transmitir a longo prazo.



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