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Foto do escritorFernanda Santos

(G)I-DLE flerta com o perigo e esbanja atitude no clipe de 'TOMBOY', faixa título do novo álbum

Atualizado: 5 de fev. de 2023

'I Never Die' é o primeiro full album do grupo feminino que retorna com muito Rock 'n' Roll; veja a nota no fim da crítica

(divulgação / CUBE Ent.)

Para a alegria dos fãs e de todos que apreciam um conceito único, o (G)I-DLE está volta. O grupo que esteve na 1ª temporada de Queendom fez seu retorno na manhã desta segunda-feira (14) com I NEVER DIE, o primeiro full-album a compor a discografia das meninas. A novidade tem oito faixas — todas com a assinatura da líder Soyeon na composição. E este é só um pequeno atestado da autenticidade do álbum.


Depois de um ano retraído e focado em singles — incluindo lançamentos em inglês —, o quinteto feminino voltou com tudo com a faixa título TOMBOY. No videoclipe, Soyeon, Minnie, Miyeon, Yuqi e Shuhua esbanjam moralidade dúbia ao passo que exibem armas de fogo, facas, começam incêndios e até insinuam um assassinato. Apesar das Barbies que figuram em várias cenas, uma coisa é certa: o grupo não está para brincadeira.


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A faixa poderosa traz o pop tradicional explicitamente aliado ao rock; uma tendência que tem marcado presença nos últimos lançamentos do gênero. Nuances assim também se destacaram no mini álbum Attacca do Seventeen, na versatilidade do StayC em Young Luv e em Ani, parceria do Ravi com a própria Soyeon. Nenhum desses exemplos, no entanto, consegue capturar tanto a essência Rock 'n' Roll quanto TOMBOY.


Descontando os elementos instrumentais, a guitarra constante e a bateria que acompanha as quebras da música, o videoclipe também usa e abusa da pegada roqueira. Além da postura rebelde e nada ortodoxa das integrantes, temos o Rock presente até em detalhes sutis. É possível observar, por exemplo, o nome de bandas como AC/DC, Slipknot e Metallica no figurino. Tudo muito bem pensado!


B-sides de Destaque


O pop-rock segue inabalável na segunda faixa do álbum, Never Stop Me. A música é gostosa de ouvir e, assim como as demais, conquista à primeira "vista", por assim dizer. O refrão é maduro e bem articulado, e as inferências de rap são precisas — algo muito importante para um grupo que tem como rapper principal a Soyeon. Sua voz, embora mais marcante que as demais, não tende a dominar a faixa, o que é positivo.


VILLAIN DIES é a terceira música do álbum. Ela traz elementos de trap music e K-R&B bem executados, que complementam os instantes cirúrgicos de leveza na faixa. O refrão, é claro, rouba a cena. Imprevisível, ele consegue surpreender sem rebaixar a qualidade do que já foi apresentado até aqui. Pode não agradar a todos, é verdade, mas é divertido, refrescante e, na opinião desta crítica, um grande acerto.


POLAROID desacelera; é realmente o momento de apresentar os vocais harmoniosos que talvez fiquem tímidos, escondidos atrás das camadas de um conceito tão imponente. A faixa, assim como a anterior ALREADY, nitidamente pertence ao conjunto de músicas. É, sim, contrastante, mas não de um jeito exagerado ou desconexo. Pelo contrário, sua suavidade é pontual e bem-vinda. (Continua após a publicidade).



ESCAPE serve um crescendo equilibrado e agradável. É a sexta faixa do full-album com sensação de mini, e novamente uma oportunidade de apreciar as vozes das integrantes isoladas de um instrumental mais agitado. Apesar de não ser a mais lenta do conjunto, a música evoca uma sensibilidade ímpar. É uma b-side para aproveitar sem pressa para chegar no refrão. E, quando chegar, surpreender-se positivamente.


LIAR é impactante. Este talvez seja o momento de destacar que o álbum não fere o ouvinte em momento algum. Nesta penúltima música, temos o retorno arrasador do rock na sua essência, mostrando que o gênero permeia todo o lançamento e é intrínseco a ele. Se a comparação é de bom tom, é a música mais próxima do K/DA, projeto do jogo League Of Legends, no qual duas integrantes do (G)I-DLEMiyeon e Soyeon — fazem parte.


MY BAG é a última faixa. Ela traz à tona o hip-hop, que o quinteto executou em lançamentos passados com excelência. A música é inteligente e cheia de artifícios que elevam a sua qualidade. Por exemplo, ela faz uma referência clara a LATATA, trabalho de debut do grupo. É possível identificar o Oh-Oh da Minnie logo de cara; e para quem é fã, é impossível não se sentir abraçado com a lembrança que mostra como o grupo cresceu.


Afinal, I Never Die é sobre isso — com o perdão da expressão já saturada. O novo álbum mostra como o (G)I-DLE amadureceu. Suas músicas continuam viciantes mas, agora, de um jeito mais maduro, coerente com a imagem que o grupo construiu. Quatro anos se passaram desde já aclamada estreia com o EP I Am, e as integrantes passaram de rookies a rainhas. Agora, elas são as regentes de um impetuoso Queendom.



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