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Review | Candy Shop faz debut um pouco confuso no K-pop, mas pode evoluir

Girlgroup da Brave Entertainment, lançado em março, deve seguir o legado deixado pelo BB Girls na companhia



Review | Candy Shop faz debut esfriado no K-pop sem delimitar o que quer
(Brave Entertainment/Divulgação)

Quando saiu o anúncio de que a Brave Entertainment lançaria um novo girlgroup, criou-se no imaginário do K-pop o conjunto que carregaria o legado do Brave Girls. Apesar de ainda estar ativo, o atual BB Girls é agenciado por outra empresa agora; e coube ao inédito Candy Shop dar continuidade à trajetória dos atos femininos na agência original.


Contudo, a estreia do quarteto é interferida por uma falta de distinção do que está sendo feito. A title track, Good Girl, foi divulgada no dia 27 de março com o EP Hashtag#, e os visuais do Candy Shop são impressionantes. Mas um MV bem-produzido não é o suficiente para acobertar uma canção, e um conceito ainda não definidos com clareza.




A faixa Good Girl parece inspirada no hip-hop realizado pelo próprio Brave Girls, misturado ao tropical house que fez muito sucesso na transição da 2ª para a 3ª geração do K-pop. E a mescla de gêneros não é por acaso, visto que resgates nostálgicos são uma tendência ascendente na indústria há alguns anos já.


Porém, o que poderia ser classificado como uma divertida summer jam é forçado a mergulhar no jersey club que, a gente queira ou não, é um estilo encrustado no K-pop sem data para ir embora. A title do Candy Shop deseja ser mais de uma coisa ao mesmo tempo, o que a deixa na linha tênue entre as tendências atuais e a melodia que agradaria os saudosistas circa 2016 para trás.



Title confusa do Candy Shop, porém, não abona o espaço para crescer


Mesmo que Good Girl não tenha sido a forma mais elegante de debutar o grupo, o álbum Hashtag# conta com as pérolas No Fake e Candy#, que são bem mais distintas em suas propostas, contagiantes e muito convidativas para se conhecer. São faixas pop melhores que a title track em níveis elevados, mas que ficaram ofuscadas pela música principal — aquela que será mais escutada pelo público geral, no fim das contas.


Inclusive, a b-side Candy# é a que mais se aproxima do estilo acalorado das músicas de verão que a 2nd e a 3rd gen costumavam entregar no passado. Se os Brave Brothers pretendem emular o girl crush arrebatador de atos como Sistar, Secret, EXID ou até do próprio BB Girls, é por este caminho que deve seguir.




Em time que potencialmente pode ganhar, o Candy Shop deve lançar algo que explicita para o que veio. E a falta de tal obviedade está presente até no MV do debut: o puro suco da geração Z com a insistência no Y2K e nas coreografias otimizadas para o TikTok. A Brave Entertainment teve em casa o grupo que reviveu os hits de verão na Coreia com Rollin', sabe? Onde estão as titles com atitude?


E nada disso é "culpa" das integrantes, pois o conceito e as canções são uma concepção entregues pela empresa. Entretanto, misturar tantos estilos sob o pretexto de que um grupo é "versátil" pode ser um erro, e uma armadilha que leva muitos conjuntos atuais do K-pop a caírem numa plastificação de lançamentos.


Nisso, o Candy Shop pode se elevar em relação aos outros grupos da recente 5ª geração se tiver o direcionamento certo para o que deseja fazer. Dessa maneira, a proposta das meninas será mais impactante e curiosa. Elas ainda podem evoluir.


Ouça ao EP Hashtag# do Candy Shop abaixo:



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