O nono álbum lançado pelo grupo no último dia 26 mostra que eles estão longe de baixar a cabeça para as terríveis casualidades do pop sul-coreano.
★★★½
(Divulgação / SM Entertainment)
Quando lançou o seu primeiro álbum em 2004, TRI-ANGLE, o TVXQ! ainda não possuía metade do impacto que tem hoje. É fato que o grupo, apesar das inúmeras disputas com a SM Entertainment, tornou-se um dos cartões postais da empresa, responsável por grande parte do desenvolvimento do pop sul-coreano como o conhecemos atualmente.
Com o passar do tempo e as mudanças decorrentes da saída de alguns integrantes, o TVXQ! continuou com suas atividades até manter a formação que perdura até os dias de hoje, sendo então uma dupla entre U-Know Yunho e Max Changmin. Mas engana-se quem pensa que essas adversidades, que custaria muito para qualquer outro grupo masculino, afetou a vontade deles em prosseguirem juntos em uma carreira que já dura 20 anos.
O melhor exemplo da permanência do grupo na indústria do K-pop é seu álbum mais recente, 20&2. A obra, lançada no dia 26 de dezembro e que emerge das inúmeras exuberâncias banhadas em ritmos distintos, condensa um aspecto que se impôs a muitos lançamentos da SM ao longo de 2023, principalmente depois de todas as questões corporativas que delinearam novas abordagens internas para diferentes artistas e grupos.
TVXQ! e sua constante evolução no K-pop
Pode-se ver por isso que o TVXQ! ainda mantém, em bom estado, o seu ar de novidade. Ou seja, embora sejam veteranos, nada os impede de trabalhar conceitos refrescantes ou diferentes da maioria. É precisamente aqui que 20&2 ganha forma: na busca pela diferença.
Down, lançada com antecedência, parte de um R&B lento, quase típico, mas com o diferencial de conter um refrão explosivo ao mesmo tempo em que é acompanhado por riffs de guitarra sentimentais no estilo balada. É um grande acerto, ainda mais porque soa tão sensual quanto tudo presente no restante da obra. Na sequência, Rebel tenta elevar a atmosfera explosiva ao nível mais alto possível — e consegue.
A faixa, puramente dançante, mescla muito bem a linha de baixo marcada com sequenciadores agressivos. Liricamente, é uma ode ao caminho rebelde que o grupo percorreu todos esses anos, já que, como bem sabemos, poucos atos duram tanto tempo no K-pop. Eles definitivamente podem se orgulhar de desafiar as normas. Talvez por isso a escolha de fazer referência à música Carol of the Bells, épico de Mykola Leontovych, tenha sido um ponto de partida bem calculado.
O álbum erra, no entanto, ao optar por certos maneirismos comuns de obras mais longas, como a desaceleração do ritmo no final, em que a alta dosagem de sons eletrônicos abre espaço para peças mais lentas, o que acaba diminuindo a expectativa de uma finalização tão intensa quanto o começo.
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20&2 e sua mensagem importante de reafirmação do TVXQ!
A estranheza, que remonta à intenção de trazer algo diferente, também está presente em Jungle, música que exerce uma posição capitular em 20&2 — é como se nela a dupla gritasse do fundo da garganta: “vamos sobreviver nesta selva e honrar nossa longa jornada”. E, apesar de parecer um pouco monotemático porque, em grande parte do álbum, eles parecem exclamar a sua presença irredutível neste espaço agora bastante povoado, é a partir desta afirmação que TVXQ! pode transmitir sua mensagem.
E não há nada mais importante do que isso. Convenhamos: nesta altura do campeonato, em que muito se fala da expansão contínua do K-pop, demarcar seu espaço como um grupo que, infelizmente, teve sua influência abafada por outros nomes que vieram depois, é uma tarefa que deve ser realizada em todas as oportunidades disponíveis. Assertivamente, o TVXQ! consegue — e muito — afirmar que estão longe de baixar a cabeça para as terríveis casualidades do K-pop.
Ouça ao 20&2 logo abaixo:
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