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[ENTREVISTA] Touch the Sky retorna ao Brasil para show solo: "Minhas músicas são para quem precisa de conforto e motivação"

De olhos no céu e pés no Brasil, rapper acredita estar preparado para mostrar mais da sua essência em sua próxima passagem no país


Imagem de rapper sul-coreano Touch the Sky
(Daytona/Divulgação)

Após conquistar os fãs brasileiros com sua autenticidade e energia contagiante, o rapper sul-coreano Touch the Sky retorna ao país para uma apresentação especial na segunda edição da AY-YO, balada de K-hip-hop e K-R&B, em 31 de maio.


O Brasil não é uma novidade para o rapper, que já marcou passagem pelo país em março de 2023, acompanhado de Vapo, M1NU, MASON HOME, Raf Sandou, Matt e DJ Shateou na balada Next Level. Na ocasião, Touch the sky foi um dos convidados do X Concert, show que tinha Vapo como a atração principal. Na ocasião, Touch the Sky foi o primeiro a subir no palco para apresentar Emoji ao lado do rapper brasileiro, em seguida resgatou a nostalgia do High School Rapper 4 com Naro e Red Light, por fim, finalizou com Green Light.


Com uma setlist que promete agitar o público, o rapper deve misturar seus sucessos do reality show High School Rapper 4 com as principais canções de sua discografia, incluindo Purpose, seu Full Album mais recente, que mostrou uma nova face do artista.




Em coletiva de imprensa, o Touch the Sky revelou que está pronto para mostrar mais de si como rapper para o público brasileiro. Conhecido por seu estilo melódico e letras que exploram emoções profundas, ele promete um show mais pessoal, refletindo a maturidade artística e emocional que desenvolveu desde sua última passagem pelo Brasil em 2023.


Artista deseja mostrar mais da sua essência no próximo show

Imagem de rapper sul-coreano Touch the Sky
(Daytona/Divulgação)

Essa é a segunda vez no Brasil. O que você espera ver dessa vez, especialmente em São Paulo?


Touch the Sky: Da última vez, vim com muita gente e não consegui conhecer o Brasil de forma mais livre. Agora, vindo sozinho, quero realmente entender como as pessoas vivem aqui no dia a dia, me inserir na rotina brasileira. Também quero fazer amizades e, claro, mostrar mais da minha música e da minha identidade.


Qual foi sua principal memória do Brasil?


Touch the Sky: Na Coreia, os gritos nos shows são mais contidos. Quando vim ao Brasil, fiquei chocado porque antes mesmo de subir no palco, a galera já estava gritando, animada. Foi uma surpresa incrível. Os brasileiros sabem mesmo curtir!


O que diferencia o Touch the Sky de 2023 para o que retorna em 2025?


Touch the Sky: Em 2023, eu tinha 19 anos (20 na idade coreana), agora tenho 21 (22 na idade coreana). Sinto que amadureci bastante. Durante esse tempo, pratiquei muito, me tornei mais profissional. Acho que vou conseguir fazer um show melhor, mais maduro e com mais presença no palco.


Seu estilo vocal único chamou atenção no High School Rapper 4. Como você desenvolveu essa técnica e quais artistas influenciaram seu som?


Touch the Sky: Desde pequeno, eu achava minha voz decepcionante. Passei muito tempo tentando encontrar uma forma de fazer com que ela combinasse com a música. Com o tempo, fui descobrindo esse tom mais jovial que uso hoje, e o feedback das pessoas me ajudou a consolidar esse estilo. Um artista que me influenciou bastante nesse sentido foi o Young Thug.


Por que Touch the Sky?


Touch the Sky: No começo, nem eu sabia se esse nome era bom. Foi decidido em uma reunião com a empresa. Com o tempo, percebi que ele combinava comigo. Sou animado, energético e caloroso. E esse nome representa bem essa paixão, essa energia — como se, com tudo isso, eu realmente pudesse tocar o céu. Hoje, vejo que é o nome certo pra mim.


Seu nome artístico é Touch the Sky (tocar o céu), mas qual foi o momento da sua carreira em que você mais se sentiu no chão? E como isso moldou o artista que você é hoje?


Touch the Sky: Teve uma época em que eu não tinha dinheiro suficiente nem para comer ou procurar tratamento médico. Isso me afetava até na forma de pensar, eu era muito negativo. Mas quando percebi isso, decidi mudar. Desde então, minha vida e minha carreira começaram a melhorar. Esses momentos difíceis me moldaram e me deram força para continuar.


Qual céu você acredita que ainda precisa tocar em sua carreira?


Touch the Sky: Meu grande objetivo agora é fazer um bilhão com minha música. Claro, sem perder a essência de criar músicas com as quais as pessoas possam se identificar. Mas sim, eu quero muito ganhar dinheiro com minha arte.


Você começou sua trajetória em 2021 em meio a uma nova geração de artistas coreanos. O que sente que ainda não foi dito sobre você, mas que tenta expressar nas entrelinhas das suas músicas?


Touch the Sky: No começo deste ano, passei por algo muito difícil. O que eu quero colocar nas entrelinhas das minhas músicas agora é justamente isso — que eu consegui sair dessa situação, e que outras pessoas também podem. Quero que minhas músicas carreguem essa mensagem de superação.




Como foi o processo de lançamento do Purpose?


Touch the Sky: Foi um processo bem difícil. No meio da produção, tive um problema na garganta e fiquei sem voz por um tempo. Apesar disso, fui fazendo as músicas aos poucos, e o álbum acabou sendo essa junção de tudo o que fui conseguindo produzir durante esse período desafiador.


Quais foram as principais inspirações por trás do Purpose? Como reflete seu crescimento como artista?


Touch the Sky: Sinto que esse último álbum me ajudou muito a crescer como artista. Eu não tinha o costume de fazer raps mais lentos ou sentimentais. Sempre tentei passar uma mensagem positiva, mas no Purpose senti a necessidade de colocar algo mais verdadeiro, mostrar um lado mais obscuro da minha vida. Isso me ajudou a crescer e a mostrar mais da minha sinceridade.


Qual é a ideia principal com o Purpose?


Touch the Sky: O Purpose veio direto das minhas vivências. Eu não me baseei em influências externas. Na Coreia do Sul, os índices de suicídio e depressão são muito altos, então eu quis mostrar os lados mais obscuros da minha vida para que outras pessoas pudessem se identificar e talvez encontrar uma nova motivação para continuar.


Como você começou sua carreira? Você sempre foi ligado à música?


Touch the Sky: Meus pais são cristãos, então eu só podia ouvir gospel quando era pequeno. Mas no ensino fundamental, uma colega me mostrou uma letra que ela escreveu depois de ver um programa de rap, e pediu pra eu fazer um rap com ela. Foi aí que percebi o quanto eu gostava daquilo. Desde então, comecei a praticar e seguir esse caminho naturalmente. [...]  O mais difícil foi que eu não tinha apoio. Nem dos meus pais, nem dos professores, nem dos amigos. Mas mesmo assim, segui meu caminho. Uma das coisas que me motivaram foi meu desejo de ter meu trabalho reconhecido. Sempre me esforcei muito, e ver as pessoas aprovando o que eu fazia me dava mais vontade de continuar.


Como o hip-hop influencia seu processo criativo e quais artistas você gostaria de colaborar no futuro?


Touch the Sky: O hip-hop foi o que me tirou de momentos bem obscuros da vida. É o gênero que eu escuto desde sempre e foi minha motivação pra continuar. No momento, não estou pensando muito em colaborações; meu foco é mostrar mais de mim e do meu trabalho.


Você está com planos para um novo lançamento. Pode nos dar algum spoiler?


Touch the Sky: Sim! Esse novo álbum vai ter uma vibe mais animada, algo que dá vontade de se mexer. Eu planejava lançar no mês 4, mas fiquei doente e tive que adiar. Ainda estou trabalhando nele e quero lançar o mais breve possível.


Como você apresentaria seu trabalho para alguém que ainda não conhece você como artista?


Touch the Sky: Eu me apresentaria como um artista melódico, que fala muito sobre sentimentos verdadeiros. Minhas músicas são para quem precisa de conforto, de motivação, ou apenas alguém que entenda o que estão sentindo.


Você sente que a sua conexão com o público brasileiro cresceu desde a última vez que esteve aqui?


Touch the Sky: Com certeza. Na época, os fãs brasileiros já gostavam de mim, mas depois da experiência que tive aqui, eu comecei a amar ainda mais vocês. A conexão ficou muito mais forte.


O que os fãs brasileiros podem esperar para o próximo encontro?


Touch the Sky: Da última vez não pude mostrar tanto de mim como rapper. Dessa vez, vocês podem esperar mais da minha música e essência. Vai ser algo mais verdadeiro, mais meu mesmo. [...] Sempre fico preocupado quando faço shows fora por causa da barreira linguística. Fico pensando se o que digo vai ser compreendido. Por isso, foco muito em transmitir energia — e com o público brasileiro, que é super animado, eu tento dosar essa energia para me conectar melhor com vocês.




A segunda edição da AY-YO está marcada para 31 de maio e contará com a presença de Touch the Sky como atração. O evento acontece na Arena Show SP, localizada na Av. Nove de Julho, 1100, no bairro Bela Vista, em São Paulo, a partir de 22h (horário de Brasília). Os ingressos ainda estão disponíveis no site Zig.tickets, no valor de R$ 50 (+ taxa de serviço de R$ 5).

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