Debut solo da face do TWICE chegou nesta sexta-feira (24); confira nossa resenha crítica do lançamento
(Reprodução / JYP Entertainment)
Na indústria desde 2015 e dominando-a por grande parte desse período, o TWICE se solidificou como um dos principais grupos do K-pop. Junto a esse reinado, as integrantes tinham uma condição: sem trabalhos solo. Teorias a respeito dessa regra apontavam um possível medo por parte de Park Jinyoung, fundador da JYP Entertainment, de ter um segundo caso miss A na empresa, em que o sucesso de uma integrante em particular ofusca o restante. Assim, as nove membros do TWICE passaram sete anos sem poder ter promoções individuais.
Entretanto, os tempos mudaram, e mudanças pequenas, como a abertura de perfis individuais no Instagram, chegaram. A maior dessas foi com certeza o anúncio do debut solo da Nayeon, centro e face do grupo. O mini álbum conta com sete faixas e promete dar à idol não apenas uma senhora estreia, mas também uma identidade para chamar de sua.
Podemos dizer que, até agora, 2022 não foi exatamente bonito para os grupos femininos da JYP. Depois da estreia um tanto quanto turbulenta do NMIXX, fãs de idols da empresa ficaram apreensivos com o que seria proposto para seus favoritos. Pop! é agradável e, de certa forma, exatamente o que era esperado da cantora. Confira mais sobre o que o Café com Kimchi achou do álbum após a publicidade!
O pop é popular por um motivo
(Reprodução / JYP Entertainment)
O star quality da Nayeon parece ser unanimidade entre todos que conhecem-na, afinal, deve haver uma razão para ela ter se tornado a integrante central de um dos maiores grupos da Coreia do Sul. Pop! sabe — e muito bem — disso, usando do carisma e capacidade performática dela para desenvolver uma sonoridade que costura tudo isso perfeitamente. “Não importa o quanto você tente esconder / Tudo já está claro: / Eu vejo que você continua flutuando ao meu redor”: ela está ciente do efeito que tem na audiência.
É uma pena que a canção não seja dinâmica como sua intérprete. Pop! soa como o número da mocinha de algum musical antigo, apostando alto em um instrumental cheio de clássicos do jazz americano, com destaque especial às guitarras que acompanham a ponte — o destaque da música, com a contagem regressiva. As diferenças entre as estruturas (versos, refrão, ponte e outro) poderiam ser mais claras e menos lineares, mas a música ainda é um ótimo lançamento por não tentar inventar uma nova tendência e ser apenas boa.
A verdadeira estrela é o clipe. Com frames exuberantes e uma quantidade significativa de cenários e figurinos diferentes, ele encapsula perfeitamente o conceito popstar que o debut como um todo busca trazer.
No Problem tem um convidado especial: o Felix do Stray Kids, grupo também da JYP Entertainment. É uma canção inteiramente em inglês, uma aposta inesperada por parte da Nayeon, e é ótima. Assim como Pop!, No Problem não tenta ser o que não é — desde o primeiro segundo, é bem claro que o ouvinte será levado por uma faixa pop que narra um encontro entre duas pessoas que se gostam. O contraste entre as vozes dos dois cantores funciona muito bem e é o diferencial da faixa. Ela é perfeita para uma performance conjunta... Fiquem de dedos cruzados!
Love Countdown, por outro lado, é um feat que poderia funcionar melhor. Dessa vez, temos Wonstein, que trabalhou com o D.O. do EXO em seu álbum, acompanhando a Nayeon numa música que parece ter saído diretamente da discografia de algum artista de K-hip hop, já que bebe diretamente da fonte do R&B. Quando posta em seguida de No Problem, que é dançante e animada, Love Countdown perde um pouco de sua essência, mas é um uma boa pedida quando ouvida separadamente.
Apesar do nome doce, Candyfloss não deixa um gosto muito impressionante na boca. Foi co-produzida por Jade Thirwall do Little Mix, que já fez outras faixas para o TWICE e as outras tem aquele algo a mais que Candyfloss não tem. Mesmo com esses percalços, a faixa ainda é uma ótima produção, se destacando mais fora da tracklist do que na ordem, principalmente por vir logo antes de uma que é acima da média.
(Reprodução / JYP Entertainment)
Estamos de volta ao território do R&B com All or Nothing. Essa tem um apelo comercial grandíssimo, soando como uma faixa de alguma cantora pop estadunidense que tocaria no rádio dia e noite. A voz da Nayeon combina muito bem com a melodia de All or Nothing e a faixa se torna ainda mais apaixonante. Em entrevista, a idol contou um pouco do processo de composição dessa letra:
Enquanto eu escrevia as letras para esse álbum, eu estava em turnê [com o TWICE], então eu as escrevi durante voos de cidade para cidade ou em quartos de hotéis, já que eu não podia sair muito devido à COVID. Escrever as letras foi o processo mais demorado do álbum. [...] Para All or Nothing, eu tive mais liberdade. Junto à missão de seguir o conceito da música, eu tentei incluir coisas que eu gostaria de dizer.”
As últimas duas canções são como um afago no coração. Happy Birthday to You é fofa e adorável, mas é Sunset que rouba o protagonismo desse encerramento ao nos apresentar uma melodia mais chill e uma letra um tanto de amorosa: “Em meu sonho, eu acabei de te dar minha estrela / Me sinto boba quando olho em seus olhos”. É uma ótima forma de fechar esses 22 minutos de duração bastante proveitosos.
Nas sete músicas de seu primeiro mini álbum, Nayeon nos dá um pequeno gosto do que ela quer se tornar a partir de trabalhos futuros, e isso é suficiente para dizer que vai ser um processo delicioso de se acompanhar. Ela não tenta criar tendências ou inovar muito, preferindo se preocupar com fazer músicas boas para serem ouvidas e aproveitadas. Com canções fáceis de digerir, carisma, fotografia bonita e despretensão, IM NAYEON é um ótimo nome para o lançamento que é tão bom quanto sua intérprete.
Ouça IM NAYEON, debut solo da integrante do TWICE, logo abaixo:
E você, o que achou do debut solo da Nayeon? Conta para o Café aqui e nas redes sociais!
é viciante, estranhei de primeira mas depois não consegui parar de cantar
A MELHOR JORNALISTA DO MUNDOO