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Foto do escritorSamara Barboza

'REC': Yuju mostra as fases de uma superação e está pronta para jogar em 'PLAY'

Atualizado: 5 de fev. de 2023

Com sete anos de carreira, a vocalista principal do Gfriend e uma das vozes mais promissoras da geração realiza debut com EP


(Reprodução/Konnect)


Janeiro tem sido um mês movimentado para os solistas. Após os lançamentos de Changmin, Taeyeon e BamBam, chegou a vez de Yuju deixar a sua marca. A artista conhecida como membro do girlgroup Gfriend realizou a sua estreia solo com o EP REC. Formado por cinco faixas, as quais a cantora participou do processo de criação de todas, o álbum constrói o que pode ser interpretado como narrativas de superação.


Apesar da estreia como solista, Yuju é uma longa conhecida da indústria. Apresentada ao público em 2015, ao lado do GFriend, composto por: Sowon, Yerin, Eunha, Yuju, SinB e Umji, o grupo se tornou referência do conceito fofo e de coreografias complexas. Como vocalista principal, destacou-se ao mostrar domínio de habilidades que muitos tem dificuldades, estabilidade vocal mesmo com passos de dança intensos.


O público viu o crescimento da idol, do caloroso Glass Bead ao elegante MAGO — último single do sexteto. A separação do grupo aconteceu em 18 de maio de 2021, quando os integrantes decidiram não renovar o contrato. Desde então os trabalhos solos de Yuju foram aguardados e aumentaram com a assinatura do contrato com a KONNECT - agência do solista e ex-Wanna One Kang Daniel.




(Reprodução/Konnect)


O começo da carreira solo


A virada para 2022 mostrou que seria ano novo e carreira nova, isso porque a KONNECT revelou o lançamento do mini album da cantora em 2 de janeiro. O combo fotos e filmes conceituais mostraram que ela estava pronta para trazer um conteúdo poderoso.


PLAY é um pop emotivo, inclinado para o neo soul e co-escrita por Yuju. A title mostra uma melodia dramática, principalmente, no pós-refrão, acompanhada do Gayageum — instrumento tradicional coreano. A construção auxilia no aumento da intensidade da voz da cantora, que emerge o ouvinte na combinação certa de elegância e elementos tradicionais.


A letra retrata um relacionamento conturbado, um retrato comum na realidade: a dedicação a um sentimento por uma pessoa que não correspondia da mesma forma. Nas linhas ela aborda como seu amor foi unilateral e visto como um jogo. Porém, sua postura se torna diferente ao longo das frases, mostrando estar disposta a se libertar da dor e seguir em frente.


Quando as flores florescem lindamente e ficam vermelhas / Você quebrou e longe, você partiu


Oscilando entre vermelho e azul, a estética do Music Video chama atenção pelas cores vivas apesar de ambientações simples. As tonalidades reúnem dois aspectos diferentes: o vermelho é o glamoroso estilo dos dias atuais e o azul resgata elementos tradicionais sul-coreanos.



Além da transição para épocas diferentes, as cores parecem se relacionar com o estado em que Yuju se encontra, levando em conta suas expressões faciais. No ambiente avermelhado há uma aura feroz, enquanto o azul se aproxima da tranquilidade. Levando em consideração a letra, essa transição de raiva para serenidade simboliza a tentativa dela em curar-se desse amor.


(Reprodução/Konnect)

De imediato o MV mostra que há representações diferentes de Yuju na construção das cenas. Entre elas, duas interagem de forma que uma controla a outra, no caso, a vestida de branco manuseia um teatro com uma boneca vestida de vermelho. Não coincidentemente, na cena seguinte, ela aparece em posição semelhante e utiliza uma roupa com a mesma tonalidade.


(Reprodução/Konnect)



REC: O registro do crescimento como artista


A responsável por abrir o mini album é Bad Blood, a introdução é uma sábia escolha, distinta de como certos artistas fazem ao apenas colocar um instrumental diferenciado e dizer que é uma intro. Não, Bad Blood segue pelo caminho oposto e o que a torna uma abertura ideal para o álbum. Mistério e poder são aspectos ideias para descreve-la, que tem potencial para uma versão estendida.


Cold Winter sucede PLAY, ao contrário das duas primeiras, a faixa é mais suave, resgatando uma melodia mais tranquila do piano, porém ainda assim tem um ritmo dinâmico. A canção tem a colaboração com o rapper Mad Clown, porém, é difícil afirmar que o feat foi a escolha certa. A b-side começa bem, o vocal harmoniza com a sonoridade, mas o mesmo não ocorre com as linhas de rap, que parecem deslocadas em certos momentos.


A canção apresenta uma pessoa imersa em lembranças e o quanto atualmente ela se sente solitária e prefere permanecer nesse estado.


Em seguida, The Killa acompanha a ordem do álbum, o título é um jogo de palavras com "tequila". A melodia é dramática, com sutis elementos que remetem a sonoridade latina. A música mostra como sentimentos ruins e aguentar em silêncio situações difíceis tem um gosto amargo como o da tequila.


Blue Nostalgia é uma ballad com melodia minimalista, os acordes suaves do violão dão a voz maior destaque. Por conta disso, o instrumento pode, em certas ocasiões, ser esquecível. A letra trata um momento nostálgico, como o nome sugere, abordando especificamente quando um sonho é similar a uma ilusão, que a faz ansiar para que se torne realidade quando está acordada.



No geral, REC retrata as fases da tentativa de superação de um relacionamento unilateral. Pela narrativa construída em cada canção, essas etapas poderiam facilmente serem distribuídas em ordem inversa a oficial do álbum. Assim, iniciando a história por Blue Nostalgia.


A última música do EP representaria o estado de sonhar com a pessoa amada e desejar que voltasse a ser como antes. Em The Killa, o momento em que as magoas do termino são tratadas com álcool. As memórias retornam com ainda mais peso em Cold Winter, que mostra o isolamento como melhor opção. PLAY elucida o momento em que a pessoa encara a realidade, passando do estado de desgosto para a tranquilidade. Por fim, Bad Blood coloca um ponto final na história, com a recuperação e postura firme.


Musicalmente, o EP é apropriado para o debut e opta por músicas que reafirmam a marca de Yuju, a uma voz inconfundível. O álbum é agradável e bem construído, mas ainda assim é monótono em certas ocasiões e possui pontos que poderiam ter sido diferentes. Porém, a solista estrou de forma promissora e ainda tem muito para apresentar.



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