Filme do diretor japonês Hirokazu foi aclamado no festival francês de cinema e levou prêmios de Melhor Ator e Melhor Filme
(Reprodução/ CJ ENM)
Com a expansão do Hallyu, a onda que espalha a cultura sul-coreana pelo globo, temos visto grandes artistas e suas obras ganhando espaço em locais que pouco ou nunca estiveram antes. A indústria musical não é exceção quando se fala nesse fenômeno, e a dramaturgia leste asiática vem mostrando todo o seu potencial com produções premiadas e aclamadas na Ásia e fora dela.
Em 2019, o filme vencedor do Oscar, Parasita, impressionou tanto o público quanto os críticos do cinema. A obra-prima do diretor Bong Joon Ho fez história como o primeiro filme de língua não inglesa a vencer maior o prêmio da sétima arte e, desde então, as produções coreanas, vêm recebendo toda a atenção que merecem.
Em maio deste ano ocorreu o Festival de Cannes, uma das maiores premiações do mundo do cinema e que reúne grandes artistas todos os anos na França. O filme sul coreano Broker teve sua estreia na premiação no Grande Teatro de Cannes Lumiere, e o longa encantou com elenco de peso, com a presença de Song Kang Ho, figura de destaque internacional por Parasita, Gang Dong Won, ator com longa carreira de filmes e dramas, a cantora e atriz IU e Le Joo Young, também renomada no mundo dos doramas.
O diretor do filme, Koreeda Hirokazu, revelou que conheceu Song Kang Ho no Festival Internacional de Cinema de Busan e Kang Dong Won quando o ator foi ao Japão a trabalho. Hirokazu contou que conforme foram se conhecendo melhor surgiu o desejo de trabalharem juntos no futuro, resultando na produção que chegou aos cinemas da Coreia em junho.
Broker conta a história de um homem que cria “caixas de bebês”, montadas e deixadas para pessoas que não podem mais sustentar seus filhos e decidem desistir deles anonimamente. Song Kang Ho e Kang Dong Won estrelam como os parceiros “corretores” Sang Hyun e Dong Soo. IU interpreta So Young, uma mãe nova que acaba se juntando à jornada dos corretores ao deixar seu filho em uma das caixas, mas se arrepende e o quer de volta. As detetives Soo Jin (Bae Doona) e Lee (Lee Joo Young) completam a trama.
(Reprodução/ CJ ENM)
Este é o primeiro filme sul-coreano feito pelo japonês Koreeda Hirokazu, que ganhou o prêmio Palma de Ouro de Cannes com Shoplifters em 2018. Com Broker, o diretor venceu o prêmio do júri ecumênico de Melhor Filme, e também viu, junto ao elenco, o longa ser ovacionado de pé por cerca de 12 minutos — a homenagem mais longa dada a um filme coreano em Cannes desde Thirst (2009) segundo a revista EDaily.
O júri ecumênico, formado por membros das organizações cinematográficas cristãs Interfilm e Signis, é responsável por selecionar o melhor filme da competição de Cannes desde 1974. O juri afirmou em comunicado que “o filme mostra, de maneira íntima, como família pode ser família sem laços de sangue”. O vencedor do ano passado, Drive My Car do diretor japonês Ryûsuke Hamaguchi, ganhou também o prêmio de melhor roteiro em Cannes e, em seguida, levou o Oscar de melhor filme internacional.
A aclamação não acaba por aqui: Song Kang Ho levou o prêmio de Melhor Ator em Cannes, se tornando o primeiro ator sul-coreano a receber tal título. A primeira atriz coreana a vencer foi Jo Do Yeon em 2007 com Secret Sunshine. Song afirmou que não houveram barreiras de linguagem ou cultura no set ao trabalhar com Hirokazu e ainda acrescentou que o cinema japonês é muito familiar para os coreanos.
Além disso, IU também teve seu destaque na premiação e foi escolhida pela revista VOGUE como a segunda celebridade mais bem vestida do evento, atrás apenas de Bella Hadid. Fãs da cantora estavam presentes no evento para vê-la, o que deixou sua recepção bem calorosa.
(Reprodução/ CJ ENM)
Para melhorar, Broker não foi o único filme coreano desta edição de Cannes: Decision To Leave, filme do diretor Park Chan Wook também esteve presente e levou o prêmio de Melhor Diretor pelo longa, sendo assim seu terceiro prêmio em Cannes e o segundo diretor sul-coreano a vencer nessa categoria.
A presença dessas produções no festival foi histórica: foi a primeira vez que dois trabalhos coreanos ganharam prêmios na mesma cerimônia. Durante seu discurso, Chan Wook afirmou que a indústria do cinema se deparou com um momento marcado por cinemas vazios (referindo-se à pandemia), mas que também foi uma chance de todos reconhecerem a preciosidade desse lugar.
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