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Review | G-DRAGON, em "Ubermensch", obriga o K-pop a lembrar quem é o ícone de uma geração

Novo full album do artista, o primeiro em onze anos, foi lançado nas plataformas em fevereiro com três singles



G-DRAGON, em "Ubermensch", obriga o K-pop a lembrar quem é o ícone de uma geração
(Galaxy Corporation/EMPIRE/Divulgação)

O K-pop é uma indústria autofágica. Ela engole seus próprios artistas conforme o tempo passa, descarta legados e conquistas, e lava o cérebro do público para que as gerações atuais não se lembrem deles. Contudo, G-Dragon e o Ubermensch, seu mais recente comeback, provam que alguns ícones do pop coreano são capazes de socar a mandíbula de quem forçadamente invisibiliza grandes astros e seus feitos.


Em oito músicas, o líder do BIGBANG denota sua excentricidade e artisticidade sem exageros, com sofisticação e capaz de atender a dois públicos: os fãs que se apaixonaram pelas suas canções no passado, e a audiência que ainda sentirá o impacto de um iconoclasta.



G-Dragon é um camaleão que, felizmente, se modernizou para criar músicas que vão somar ao que já é clássico. E no comeback lançado no dia 25 de fevereiro, o cantor entrega faixas tão diversas e convergentes quanto as facetas de sua criativa personalidade como K-idol.


G-Dragon, em Ubermensch, homenageia o passado sem abandonar o status quo de príncipe do K-pop


O Ubermensch inicia com a saudosista HOME SWEET HOME, parceria de G-Dragon com Taeyang e Daesung, seus companheiros de longa data do BIGBANG. A música, apesar de simples em sua concepção, é uma ótima introdução a um disco tão variado em estilos. Nela, Kwon Ji-yong lembra que o boygroup é parte de seu DNA artístico, e essencial para seu desenvolvimento como uma figura do K-pop há quase 20 anos.


Então, a verdadeira face de G-Dragon em Ubermensch surge na faixa Power. Esta, que foi o primeiro single promocional do disco, é estridente e forte em mensagem e batida: o hip-hop é a trilha sonora do sujeito que se tornará uma versão maior de si.





G-Dragon não se envergonha (e nem deveria) de se autointitular como uma das figuras mais influentes do pop coreano. Ele sabe que o retorno é estarrecedor e importante, talvez um dos principais acontecimentos do K-pop dos últimos dez anos. E o cantor avisará todo mundo de que a sua volta deve ser ouvida e passível de atenção total — "uma edição limitada da segunda geração, a obra-prima do século", conforme diz a letra de Power.


A escolha desta canção como single foi tão certeira quanto Too Bad, outra parceria do Ubermensch e desta vez com Anderson.Paak. A união de G-Dragon com o membro do Silk Sonic, projeto que Anderson.Paak possui ao lado de Bruno Mars, nos entrega uma música chiclete, provocativa e pautada no soul e r&b, com um eu lírico cheio de flertes.


A letra é simples, mas a sonoridade é perfeita para cair na pista de dança. Além disso, o videoclipe tem a participação da coreógrafa Bada Lee e da Karina do aespa, duas figuras femininas emblemáticas do K-pop atual que deixam o MV ainda mais contemporâneo.




O amor se manifesta em diferentes gêneros musicais em Ubermensch


G-Dragon continua sua jornada em Ubermensch com Drama e IBELONGIIU, uma música sendo antítese da outra. Enquanto Drama é uma balada a respeito de um amor perdido e "amaldiçoado" por um comportamento frio e distante, IBELONGIIU é o puro pop de alguém apaixonado — e as canções se complementam muito bem na metade do disco. Vale mencionar o fato de G-Dragon cantar em três idiomas ao longo de Drama!


A dance pop Take Me, mesmo que não tão emblemática quanto as primeiras músicas do comeback, é um filler na medida certa. Podemos ter espaço para canções de amor apenas divertidas, não é? Esta b-side do Ubermensch cumpre tal missão, e é uma das faixas do CD mais prazerosas de se ouvir sem compromisso.



Entretanto, Bonamana sugere um caso amoroso que destruirá um relacionamento. Também provocante e, dependendo da interpretação, erótica, a letra exibe um eu lírico que tenta a pessoa amada com a ideia de uma traição; e ele tem plena consciência de seu desvio de caráter. Apesar de ser a canção mais fraca do Ubermensch, Bonamana choca aqueles que esperam certa "pureza" no personagem retratado por G-Dragon.




A empolgante GYRO-POP, que mistura o disco e o funk americano, finaliza o run de G-Dragon com a vontade de um disco maior. Ubermensch não é um CD que sofre de altos e baixos — ele possui o essencial para o membro do BIGBANG voltar a brilhar em suas próprias digitais.


A essência de Ji-yong está inteira neste álbum. Ele agradará quem se apaixonou por Crooked, Crayon, Missing You e outros tantos hits da discografia, e também quem só está na ponta do iceberg de sua vulgaridade, extravagância e atitude forte. O comeback foi confiante e astuto, jogando no liquidificador as melhores qualidades de G-Dragon para um retorno mais que demais.


E é tão bom ter o cantor de volta para sua arte originária, que inspirou e continua a inspirar tantos K-idols na indústria sul-coreana. G-Dragon fez muita falta, e ele está aqui para dar um chute na saudade dos VIPs e todos que o admiram.


Um artista louco, que transpira métodos meticulosamente pensados para ser o ícone de gerações, e que é insubstituível no K-pop. Volte sempre, GD!


Ouça Ubermensch, álbum de G-Dragon, logo abaixo:



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